A era de “new tech” tem desenvolvido novas tecnologias acompanhado por modelos de negócios disruptivos, que tem como temas recorrentes a (a) economia colaborativa e (b) a resistência de monopólios consolidados. Naturalmente os monopólios, não querem perder o seu “market share” e tendem a optar mais pela resistência do que pela inovação. Tal resistência está demonstrando ter influência significativa nas esferas mais altas da sociedade que optam pelo protecionismo ao invés de aproveitar a oportunidade para fomentar a competitividade de um mercado que está em plena transformação no Brasil e no mundo.
O setor de energia é uma das indústrias que sofrerão uma das maiores transformações nos próximos anos, proporcionando imensos benefícios sociais e ambientais, como já é o caso da geração compartilhada solar fotovoltaica. Buzz words como uberização, disrupção, descentralização, economia colaborativa, são todos conceitos que, graças aos empreendedores de energia, estão cada vez mais presentes via o modelo de geração compartilhada que hoje representa apenas 2% (30MW) do total da geração distribuída no país.
A geração compartilhada, em inglês conhecida como “community solar”, já tem uma conotação que expressa o seu maior objetivo, o empoderamento do cidadão, dando-o a liberdade de escolha na origem do seu consumo de energia. Além disso, a economia colaborativa inerente deste modelo faz com que ele seja a verdadeira democratização da energia sem favorecimentos ou exclusões. Ou seja, tanto a pessoa jurídica (comércio e indústria) quanto a pessoa física tem o mesmo acesso e oportunidade de fazer parte das comunidades solares independente do seu proprietário, localização, seguimento, renda per capita, faturamento ou taxa de mortalidade.
Atualmente, no Brasil, existem empreendedores especializados e focados no desenvolvimento deste tipo de negócio, oferecendo ao consumidor a oportunidade — não sendo necessária a disponibilidade de telhado/terra, acesso a crédito ou investimento próprio para compra dos sistemas — de gerar a sua própria energia de forma limpa e mais econômica. Neste caso, por exemplo, um pequeno comércio consegue aumentar a sua competitividade, em razão da economia na taxa de energia elétrica, estimulando o desenvolvimento socioeconômico local.
Esse novo modelo começa a se popularizar no Brasil, já que todo o investimento na implementação e operação da fazenda solar é feito pelo empreendedor. Ao consumidor cabe a decisão de “alugar” uma fração dessa usina, onde irá produzir sua própria energia, gerando créditos que serão compensados automaticamente na conta da sua distribuidora. Além da questão financeira, as empresas têm se preocupado cada vez mais com questões relacionadas a reponsabilidade social e ambiental, em tempos em que são avaliadas não apenas pelo produto que oferecem, mas pela identificação do público com sua ideologia.
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