Em 1630,Frei Vicente do Salvador,primeiro historiador do Brasil,escreve: “nenhum homem nesta terra não zela ou trata do bem comum,passados cinco séculos,continua cada um pensando em primeiro lugar em seus interesses privados e só depois nos que dizem respeito à nossa res pública.”

Ao longo do tempo a corrupção ganhou vários nomes,que,no entanto,guardaram uma compreensão comum,representando,segundo o professor José Murilo de Carvalho,o ato de “transgredir”.

Na gestão do Estado a corrupção remete o ato de conceder ou receber vantagens indevidas de agentes públicos ou do setor privado.

Propina no uso popular está associada ao ato de gratificar alguém de maneira extra e incorreta por um serviço que deveria ser regularmente executado.

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Por isso “propina” virou sinônimo de “suborno”,um valor pago para receber ou obtido para receber ou distribuir vantagens sempre ilegais.

A corrupção é o crime,enquanto o suborno ou a propina, correspondem à vantagem paga, oferecida ou recebida.

O “corruptor” é aquele que propõe uma ação ilegal para benefício próprio,de amigos ou familiares. Já o “corrupto” é aquele que aceita a execução de uma ação ilegal em troca de dinheiro,presentes ou outros serviços.

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Os gastos destinados ao enriquecimento privado reduzem recursos e investimentos públicos na saúde, saúde,segurança,educação,habitação,transporte,etc,além de ferir a Constituição,provocando a desigualdade econômica.

Conforme definiu Luís Roberto Barroso,ministro do STF: “ A corrupção é um crime violento,praticado por gente perigosa,pois ela mata na fila do SUS,na falta de leitos,de medicamentos,nas estradas que não têm manutenção.”

Por sinal de acordo com estudos da Fundação Getúlio Vargas,a economia brasileira perde com a corrupção,anualmente,1% a 4% do Produto Interno Bruto.

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A corrupção tem o poder de instalar uma burocracia inapta,pela distribuição pública e se prolonga nas práticas individuais que visam sempre “dar um jeitinho”,“quebrar um galho”,“fechar um olho”.

A saída para esse óbice nacional,tão resistente ao tempo e a vários governos,é que é urgente punir corruptos e corruptores.

A corrupção se espalha quando há um ambiente a ela favorável e é essa mentalidade que será preciso combater.

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De tão freqüente e enraizada,a corrupção corre risco de parecer endêmica no Brasil,os brasileiros andam assolados por uma pandemia ou uma virose de corrupção.

A solução desse problema que ameaça nossas instituições é tarefa fundamental dos governantes e em especial da justiça.