No início de janeiro, Arcos foi classificada na “Onda Vermelha” do programa Minas Consciente, devido ao aumento de casos de Covid notificados. Com isso, no último dia 05 o Governo Municipal publicou um Decreto impondo algumas restrições, inclusive a proibição do consumo de comida e bebidas alcoólicas em restaurantes, bares, lanchonetes e afins, podendo ser realizado apenas o delivery e a entrega na porta do estabelecimento.
Tendo em vista a dificuldade enfrentada pelos proprietários de bares, restaurantes e lanchonetes em 2020, quando os estabelecimentos também ficaram fechados por um longo período, causando prejuízos financeiros, eles se reuniram no dia 07 de janeiro e enviaram um documento à Prefeitura. Solicitaram que fosse feito um Plano de Contingência específico para a atividade, a fim de que pudessem abrir ao público com regras mais rígidas.
O documento também foi assinado por representantes da ACE/CDL (Associação Comercial e Empresarial / Câmara dos Dirigentes Lojistas) em Arcos e o presidente da Câmara Municipal, Ronaldo Ribeiro, enviou um ofício à Prefeitura solicitando uma resposta. Porém, segundo os empresários, até a última quarta-feira (20) eles não haviam recebido nenhuma resposta do Executivo.
“Agora vão carregar nos ombros centenas de desempregados e provavelmente alguns comerciantes fechando suas portas” – AdrianoDuarte
Adriano José Batista Duarte, proprietário da pizzaria e restaurante ‘La Bellamassa’, disse que desde que enviaram o pedido à Prefeitura, já foram realizadas duas reuniões do Comitê de Enfrentamento à Covid e ainda não haviam recebido nenhum posicionamento.
Para ele, o fato de apenas os restaurantes e afins ficarem fechados faz parecer que a culpa do aumento no número de casos de Covid-19 na cidade é deles. “Ontem [dia 18 de janeiro] já teve o aumento para 68 casos. A Prefeitura, junto com o Comitê, literalmente jogaram a culpa nos bares e comércios, porque atualmente, na cidade, é só esse tipo de coisa que não pode estar abrindo... bares, lanchonete e restaurantes”.
Ele comentou que se a situação não for regularizada, poderá haver desemprego e muitos estabelecimentos fechados. “Agradecemos ao Comitê de Enfrentaremos da Pandemia por ter deixado os bares e restaurantes da cidade fechados, provando que não são culpados pela pandemia; e agora, vão carregar nos ombros centenas de desempregados e provavelmente alguns comerciantes fechando suas portas”.
“Nós ficamos à mercê, de portas fechadas, apenas com delivery; infelizmente, ele não sustenta a nossa estrutura, nenhum restaurante aqui de Arcos aguenta mais” – Marina Rodrigues
Mariana Marques Rodrigues é filha do proprietário do restaurante ‘Pulo do Gato’. Para ela, já foi difícil o fechamento por um período em 2020, mas todos os comércios também estavam fechados e todos colaboraram da mesma forma. Porém, agora, o fato de fechar novamente agravou muito a situação. “Nós ficamos à mercê, de portas fechadas, apenas com delivery; infelizmente, ele não sustenta a nossa estrutura, nenhum restaurante aqui de Arcos aguenta mais”, comentou.
Para Mariana, não é necessário vender bebida alcoólica para conseguir manter o restaurante, mas, sim, comida. “Ninguém falou de bebida, a gente quer vender comida. A nossa fonte de renda, a nossa margem está na comida. Mas nós não tivemos resposta nenhuma, isso gerou muita indignação. E pior que a indignação é a falta de recurso para poder honrar os compromissos no final do mês”.
“[...] As despesas não param [...]” – Arlem Lourival de Melo
O proprietário do ‘Bar e Restaurante do Arlin’, Arlem Lourival de Melo, também se manifestou sobre a situação. “Nós não tivemos ainda uma resposta da Prefeitura ao requerimento que a gente fez a eles. E também estamos preocupados com a nossa situação, questões com funcionário, aluguel. As despesas não param, os freezers estão cheios, não conseguimos desovar os produtos e as bebidas estão próximas de vencer”.
Júlio César do Couto, proprietário do restaurante “Casa da Vovó”, também apresentou a mesma preocupação e disse que já dispensou dois funcionários. “Muita gente já teve que dispensar algumas pessoas. Dispensamos duas pessoas lá e estamos fazendo o rodízio de férias para ver se evitamos dispensar mais pessoas. Este faturamento que a gente está tendo só pelo delivery não é o suficiente para manter a empresa funcionando”, ressaltou.
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