Aparentemente inofensivos, smartphones e outros dispositivos móveis podem provocar acidentes graves e até mesmo fatais. Segundo dados da Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos de Eletricidade (Abracopel), em 2018 foram registrados 41 acidentes com celulares no Brasil, que resultaram em 23 mortes.

O engenheiro de Segurança do Trabalho Demetrio Aguiar, da Cemig, explica que o uso desses aparelhos enquanto estiverem conectados à tomada superaquece as baterias e os componentes internos, o que pode resultar em explosão ou em danos irreparáveis ao dispositivo.

Carregadores falsificados também pode danificar os dispositivos móveis, já que a produção deles não atendem aos padrões internacionais exigidos pelos fabricantes regularizados. “Eles têm um preço bastante atrativo, mas não trazem segurança alguma”, ressalta Demetrio Aguiar.

“O carregador ‘pirata’ é feito de forma relativamente simplificada. Alguns itens importantes para a segurança dos usuários são inexistentes. Nos casos em que o carregador apresenta defeito, há o risco de a tensão de entrada, que é de 127 ou 220 volts chegar à saída, , podendo danificar o aparelho, ocasionando, ainda, choque elétrico, explosões e princípios de incêndio. Por isso, o ideal é desconectá-lo do carregador ao atender chamadas ou enviar mensagens”, orienta o engenheiro. O mesmo vale para carregadores portáteis (“powerbanks” e capas carregadoras).

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O carregamento deve ser feito com o aparelho sobre uma superfície lisa e bem ventilada sem a capinha de proteção para melhorar o arrefecimento, livre de materiais combustíveis como tecidos de toalhas de mesa, cortinas, forração de sofás, entre outros. “Em caso de princípio de incêndio, tais materiais queimarão com facilidade e propagarão as chamas a outros ambientes”, alerta Demetrio.

O especialista destaca também que dispositivos móveis devem ser evitados em alguns ambientes. 

“O uso em banheiros e cozinhas é ainda mais preocupante, pois esses locais contêm água nas pias, lavatórios e vasos sanitários. Se um aparelho entrar em contato com a água, ele pode estragar e, caso esteja conectado ao carregador, até provocar choque elétrico na pessoa que o manuseia”, afirma. 

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Outro alerta importante é que, durante as tempestades, o smartphone ou tablet só poderá ser utilizado se ele não estiver conectado ao carregador. Isso porque os raios podem percorrer a rede elétrica do imóvel e atingir o carregador do dispositivo. Eventuais instabilidades na rede elétrica também podem facilitar a passagem de corrente através do carregador.

Há locais em que o uso de celulares é proibido, a exemplo de postos de combustíveis e em alguns ambientes industriais. Deve-se se seguir a sinalização de orientação desses locais.

Brasil teve mais de 600 mortes causadas por acidentes com a rede elétrica em 2018

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No ano passado, foram registrados 1.424 acidentes com origem elétrica em todo o país, sendo 836 choques, 537 incêndios por sobrecarga ou curto-circuito e 51 descargas atmosféricas (raios). Isso representou um aumento de 2,67% em comparação ao ano anterior, e de 37,2% em relação a 2013, quando a Abracopel iniciou o levantamento das informações.

Desse total de acidentes, foram registradas 622 mortes por choques elétricos, 61 mortes por incêndios (nove delas no incêndio do Edifício Wilton Paes de Almeida, na capital paulista) e 38 mortes por raios.

O número de mortes por choques elétricos caiu em 2018, com cinco mortes a menos que em 2017. No entanto, o número de mortes por incêndios originados em sobrecarga da rede elétrica dobrou, passando de 30 casos no ano anterior para 61 em 2018.

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