início do século XX no Brasil marca transformações que mostram enérgica mudança nos vários sistemas da vida do país.
O presidente Campos Sales, em ação fecunda e dinâmica, dirigia os destinos da Pátria, no sentido de organização das finanças. Novas fontes de receita no orçamento federal, como fruto da planificação de Joaquim Murtinho, surgiram daquele dinamizador da Fazenda Nacional.
Foi nessa eufórica situação de vida nacional, que nasceu Francisco Fernandes em pequenino rincão de Minas Gerais. Aos seis dias de agosto de mil novecentos, nasce em Arcos, um menino de descendência humilde, mas que, mais tarde, iria tornar-se grande exemplo para a juventude brasileira e estímulo para os estudiosos de hoje.
Veio ao mundo modestamente, sem o signo marcante dos costados da nobiliarquia de então. Por isso mesmo é hoje redivivo nestas páginas de ensinamento e exaltação dos predestinados autodidatas.
Filho de marceneiro, herdeiro dessa profissão, foi pouco e pouco trocando as ferramentas menos ásperas, de mais fácil manejo, mas nem por isso, menos dignificantes.
Para se conhecer Francisco Fernandes, é necessário saber sua origem e o meio em que se formou. Por ocasião de seu nascimento, Arcos, sua terra natal, era um desses arraiais modestos, ajuntamento de poucas casas. Vida pacata e quase nenhum comércio. Formiga mesmo, sede de município, não passava de pequena cidade que lutava para manter seu grande território carecido de inúmeros melhoramentos superiores a seu acanhado orçamento.
Francisco Fernandes, saltou de origem modesta à posição de respeitável cultor das letras pátrias.
Casado com D. Alice Andrade. Teve do casamento três filhos, dos quais o mais velho – Dr. Wanderlei Fernandes, médico, faleceu de acidente por arma de fogo.
Dois outros filhos residem em Porto Alegre – Dr. Alexandrino Fernandes, advogado e José Fernandes que trabalha no comércio daquela cidade.
O curso escolar feito por Francisco Fernandes se restringe às três primeiras séries do primário. Antigamente, toda a educação primária se resumia em três matérias: gramática, retórica e dialética. A criança aprendia: leitura, escrita e rudimentos de aritmética.
Francisco Fernandes não pôde fugir à varada do mestre que procurou quebrar a exceção da regra, desferiu-lhe não como açoite, mas pela deferência do costume o professor de Arcos não tinha essa psicose que fazia da chibata requinte perverso de frustração didática. Dava algumas varadas, para não fugir à moda da reprimenda física.
Distinguia-se Chico como dos mais inteligentes.
Eram seus companheiros daquela época em Arcos – O Nogueirinha, Zé da Benta, Tonico Fonseca – os mais chegados.
Leopoldo Corrêa – Da Academia Municipalista de letras de Minas Gerais. Do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Da Academia de Letras de S. João d’El Rei.
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