Este domingo (21), é o Dia da Cachaça Mineira e para celebrar a tradição, a paixão e o trabalho dos produtores da bebida genuinamente brasileira, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), lança o primeiro de seis episódios da série “Preciosas - Cachaças de Minas”. A veiculação do conteúdo terá periodicidade semanal, via redes sociais e canal da pasta no YouTube

Em Arcos, uma das mais tradicionais e conhecidas é a famosa "Cachaça do Criolo".

A história da “Cachaçaria do Criolo” começou em 1975, criada por Wilmar Arantes. Ele já morava no local desde a década de 1950, quando começou a produção da bebida, feita com cana-de-açúcar plantada no próprio terreno. 

Mais do que uma atividade econômica, produzir o destilado é parte da vida e memória dos mineiros. A fabricação em alambiques é, inclusive, declarada como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais por lei estadual de 2007. E os modos de fazer o destilado atravessam gerações, como é o caso na família do mestre alambiqueiro Douglas Resende, de Dores do Turvo, na Zona da Mata.  

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“Eu comecei aqui com meu vô, foi passado de avô para neto mesmo. Vim mexer com ele no alambique e fui fazendo gosto. Fiquei a vida procurando um dom e vi que o meu dom é fazer cachaça. Não me vejo fazendo outra coisa”, conta Douglas, cujo relato abre a série “Preciosas”.  

Cachaça em Minas 

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Minas é o maior produtor nacional de cachaça de alambique do país, com mais de 350 cachaçarias e quase 1.800 marcas. De cada três cidades que possuem estabelecimentos registrados no país, uma é mineira. segundo o Anuário da Cachaça 2021, publicado pelo Ministério da Agricultura em outubro de 2022. 

Das dez cidades que encabeçam o ranking de produtoras da bebida no Brasil, metade é mineira. Dentre todas elas, destaca-se Salinas, com 16 cachaçarias. Não à toa, a localidade foi reconhecida pelo Governo Federal, em 2018, como a Capital Nacional da Cachaça, e com o selo de Indicação Geográfica, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, em 2012. 

“A produção de cachaça em nosso estado é muito significativa. Além de ser uma atividade econômica que gera renda e empregos, ela ocupa um lugar especial quanto ao pertencimento, já que está presente no país desde o período colonial, e de forte identificação. O trabalho desenvolvido na secretaria visa a valorização do setor e o incentivo à formalização”, comenta a diretora de Comercialização e Mercados da Seapa, Jaqueline de Fátima Santos.  

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Nesse sentido, o Sistema Estadual da Agricultura promove várias ações de incentivo à formalidade, como palestras e seminários, oficinas de rotulagem, campanhas de conscientização pelo consumo seguro de produtos que atendam à legislação vigente. Estão em execução também ações de fortalecimento ao comércio nacional e internacional, por meio de rodadas de negócios em Minas e no exterior.  
Benefícios da regularização 

Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, foi o primeiro órgão de defesa agropecuária estadual no país a inspecionar a produção e o comércio de cachaça e aguardente de cana, a partir de uma portaria do Ministério da Agricultura de 2018. A fiscalização visa verificar as boas práticas de fabricação e o cumprimento de padrões legais, como as condições higiênico-sanitárias no decorrer de todo o processo produtivo.  

"As ações do IMA em prol do setor são fomentar, fiscalizar e orientar a respeito das benesses da regularização, como acessar novos mercados e oferecer aos consumidores produtos de qualidade superior. A cachaça em Minas Gerais tem o reconhecimento nacional e internacional, e o nosso trabalho visa manter esse prestígio", explica o fiscal agropecuário Lucas Guimarães.  

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O mestre alambiqueiro Douglas Resende vem experimentando resultados positivos desde o ingresso na formalidade. “Depois que eu regularizei, tive mais oportunidades, hoje eu entro em qualquer mercado. Eu não tinha a oportunidade de participar da Expocachaça, em Belo Horizonte. Regularizado, eu pude participar, separei um lote da cachaça prata, do jequitibá, e no primeiro ano da gente, fui premiado. Voltamos em 2022 e fomos medalhados de novo”, comemora.   

Em 2022, a receita das exportações mineiras com a cachaça somou US$ 2,3 milhões, com o volume de mais de 400 mil litros embarcados, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Os números representam alta de 110% e 71%, respectivamente, em comparação a 2021. O produto foi enviado a 17 destinos internacionais, principalmente, EUA, Uruguai e Itália.