Pacientes com câncer de laringe que passaram por remoção total do órgão e perda das cordas vocais vão poder voltar a falar com uso de laringes eletrônicas no Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), no Padre Eustáquio, em Belo Horizonte. É a primeira vez que um hospital SUS de Minas Gerais disponibiliza a ferramenta. A ação integra o Julho Verde - mês da conscientização e sensibilização sobre o câncer de cabeça e pescoço - e vai beneficiar oito pessoas.
O câncer de laringe é um dos mais comuns nas regiões da cabeça e do pescoço, correspondendo a 25% dos casos. Só no HAC, foram realizados, em média, mais de 2 mil atendimentos nos últimos cinco anos. Nos seis primeiros meses deste ano, foram feitos 250 atendimentos relativos ao câncer de laringe.
Quando a doença entra em estágio avançado, é recomendada a laringectomia total, isto é, a cirurgia que retira a laringe e as pregas vocais do paciente. Dessa forma, a pessoa perde a capacidade de falar.
Como funciona a laringe eletrônica?
A laringe eletrônica é um aparelho portátil – com baterias recarregáveis – que emite onda sonora contínua quando posicionado no pescoço, transformando-se em voz, que será articulada na cavidade oral, permitindo a comunicação. O equipamento pode ser utilizado alguns dias após o tratamento cirúrgico.
O uso do dispositivo busca amenizar as dificuldades de comunicação, emocionais e sociais enfrentadas pelos pacientes, favorecendo seu retorno às atividades cotidianas.
Novos casos
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que a cada ano são registrados cerca de 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Somente para este ano estão previstos quase 8 mil novos casos de câncer de laringe no país. Só em Minas Gerais, 900 novos casos.
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