O homem de 26 anos suspeito de matar a namorada grávida e jogar o corpo dela em um forno de cal na zona rural de Córrego Fundo foi indiciado por feminicídio, motivo torpe, corrupção de menor e ocultação de cadáver. A conclusão do inquérito foi apresentada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (1º), mas o caso segue com investigações complementares.
De acordo com a polícia, a motivação do crime foi o fato da vítima ter mentido para o suspeito dizendo que havia feito um aborto. E também por uma dívida de drogas no valor de R$250.
O suspeito está preso desde o dia 27 de julho, quando ocorreu o crime. Uma adolescente de 17 anos, com quem ele também se relacionava e foi cúmplice no crime, está desde a mesma data em um Centro Socioeducativo.
Relação conturbada
De acordo com a delegada Luciana Sousa, a vítima, de 29 anos, e o suspeito viviam um relacionamento amoroso conturbado.
"Eles chegaram a morar juntos na casa da mãe da vítima, depois passaram outro período morando juntos na casa do pai da vítima, mas essa relação de anos se tornou inconstante, tumultuada, em razão de dívidas de drogas por parte da vítima e também a questão da gravidez", disse.
Conforme ainda a delegada, o crime se deu em razão da vítima ter dito ao suspeito que havia feito um aborto.
'"A vítima falou para o investigado que estava grávida dele e teria feito um aborto. Apurou-se que ela falou isso sim, mas no intuito de proteger a criança, ela não abortou. Mas ele, enraivecido, acabou praticando esse ato de tamanha crueldade", afirmou a delegada.
Crime foi planejado
O crime aconteceu durante a noite do dia 26 e madrugada do dia 27 de julho. Na ocasião, a mulher estava na casa do namorado.
"O namorado estava trabalhando. Ela recebeu uma ligação para realizar um programa sexual e saiu para realizar esse programa. Só que não se tratava de um programa. Era, na verdade, uma 'tocaia', porque a adolescente já a aguardava. Assim que ela chegou, a menor deu várias facadas e o homem várias pauladas no corpo da vítima", explica.
Mesmo depois de deixar a vítima muito ferida, a adolescente continuou as agressões enquanto o homem filmava com o celular a mulher agonizando.
"A vítima agonizava de dor, estava cheia de sangue porque já havia tomado facadas, havia tomado pauladas, estava agonizando enquanto a menor a enforcava com uma das suas mãos e a outra mão ela segurava as mãos da vítima, impossibilitando qualquer meio de defesa da vítima. O investigado estava ao redor filmando tudo, e sempre insultando a vítima com palavras pejorativas", relatou a delegada.
Após matar a mulher, a dupla deixou o corpo dela em uma mata aberta. Contudo, os suspeitos retornaram ao local na madrugada do dia 27.
"Quando eles voltaram, eles arrastaram esse corpo até bem próximo do forno de cal, chegando lá a menor ludibriou o funcionário do forno para que ele saísse de perto do acesso a fornalha. Ela teria pedido a ele um copo com água, e quando ele saiu para pegar a água, o suspeito lançou o corpo da vítima dentro da fornalha", disse a delegada.
Horas após eles terem dado fim ao corpo, o vídeo do assassinato começou a circular nas redes sociais e levou a polícia até os suspeitos.
O delegado regional de Formiga, Danilo César Basílio, comentou que não restam dúvidas sobre a autoria do crime.
"A investigação, o procedimento foi concluído conforme o prazo que temos para isso, mas ainda existem diligências complementares como a comparação do DNA dos vestígios de sangue localizados", completou.
Ao Jornal da Vida FM, o delegado regional de Formiga, Danilo César Basílio comentou sobre as investigações.
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