Nesta semana uma árvore veio ao solo. Uma árvore sadia, frondosa e livre de qualquer problema que justificasse a sua derrubada.

 

Pela foto de seu tronco mal cortado junto ao solo, vemos uma madeira clara, emoldurada por uma casca fina...

 

Continua após a publicidade

Pobre Jacarandá violentamente arrancado do lugar que por mais de 20 anos, fez sombra e de onde foi testemunha de muitas mudanças de nossa cidade...

 

Jacarandá... hoje possivelmente nada será reposto em seu lugar, alias, por sua história, dificilmente plantando 02 ou 10 mudas de árvores, não há como compensar a sua falta.

Continua após a publicidade

 

Os homens são assim, cismam, vão lá e cortam... está atrapalhando, vão lá e matam... e assim caminha nossa humanidade doente e cheia de atitudes injustificavéis.

 

Continua após a publicidade

Arcos é privilegiada por ter um parque maravilhoso, no centro da cidade, com lago, animais silvestres.... um verdadeiro "pulmão" em meio a cidade e hoje esse "parque" chora a derrubada de uma "história".

 

Que presente para seus 81 anos, oh Arcos!

Continua após a publicidade

 

Pobre Jacarandá...

Sempre que ia ao Poliesportivo de Arcos, ao ver essa imponente árvore, me recordava da canção da dupla Valderi e Mizael, que um finado amigo, grande e saudoso Valdeci cantava, junto ao também finado Antônio Brás...

"Meu jacarandá, meu jacarandá

Meu mundo é tão triste do lado de cá

Será que ela está, será que ela está

Por mim esperando do lado de lá"

 

Segue a letra e a música "Meu Jacarandá" um dos grandes sucessos da música sertaneja.

 

O tronco frondoso do jacarandá

Na estrada onde o vento faz nuvem de pó

Devido a distância, meu mundo e o dela

Sozinha ela vive, eu vivo tão só

 

Os nossos dois nomes na hora do adeus

Gravamos no tronco do jacarandá

E desde esse dia não sei onde estou

E aquela que amo não sei onde está

 

Meu jacarandá, meu jacarandá

Meu mundo é tão triste do lado de cá

Será que ela está, será que ela está

Por mim esperando do lado de lá

 

A doce esperança morreu para nós

No verde das folhas do jacarandá

Refúgio nas tardes dos raios de sol

Morada do triste cantor sabiá

 

Talvez que em seu tronco a casca cresceu

Meu nome e o dela o tempo apagou

Talvez que a lua cansada da noite

Desceu do espaço e ali cochilou

 

Meu jacarandá, meu jacarandá

Meu mundo é tão triste do lado de cá

Será que ela está, será que ela está

Por mim esperando do lado de lá

 

Talvez que haja espinhos cobrindo seu tronco

E ninhos de aves por sobre seus nós

Caindo dos galhos eu vejo o passado

Assim balançar os seus longos cipós

 

Meu jacarandá de raízes profundas

Que busca umidade no peito do chão

Também minha mágoa arranca umidade

Em forma de pranto do meu coração

 

Meu jacarandá, meu jacarandá

Meu mundo é tão triste do lado de cá

Será que ela está, será que ela está

Por mim esperando do lado de lá