Correspondendo a cerca de 30% dos casos de tumor maligno registrados no país, o câncer de pele é o tipo de maior incidência no Brasil e no mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número estimado de casos novos de câncer de pele não melanoma para cada ano do triênio de 2023 a 2025 é de 220.490, representando um risco esperado de 101,95 por 100 mil habitantes. Criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha Dezembro Laranja marca o mês de início das férias de verão alertando para a necessidade dos cuidados preventivos contra a doença.

Médica dermatologista do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), unidade do Complexo de Especialidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Ana Paula Bhering esclarece quais são os tipos de câncer de pele, classificados em não melanoma e melanoma, ambos causados por um crescimento anormal das células que compõem o maior órgão humano. Mudanças na aparência da pele, alterações na cor, tamanho ou textura de manchas existentes e uma coceira persistente, sensibilidade ou dor em uma área específica da pele são alguns sinais de alerta que podem se manifestar no corpo e indicar o aparecimento de um dos tipos.

“O não melanoma é o tipo que corresponde aos carcinomas. O carcinoma basocelular é o tipo mais comum e geralmente não se espalha para outras partes do corpo. Pode aparecer como uma área elevada, brilhante e translúcida, frequentemente com pequenos vasos sanguíneos visíveis. Já o carcinoma espinocelular é mais agressivo que o basocelular e pode se espalhar para outras áreas do corpo. Geralmente, aparece como uma mancha vermelha, elevada e com uma crosta central. E há o melanoma. Embora menos comum, é o mais perigoso, pois tem maior probabilidade de se espalhar para outras partes do corpo. Ele pode parecer com um sinal ou pinta, mas pode ter bordas irregulares, várias cores e mudanças na forma”, explica.

Autocuidado é o principal meio de prevenção

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Nessas férias de verão, as medidas preventivas são extremamente importantes, pois a exposição solar prolongada é um dos fatores de risco para o surgimento do câncer de pele. “É essencial usar protetor solar com um fator adequado, roupas e acessórios de proteção e evitar a exposição excessiva ao sol, especialmente durante as horas de pico, 10 e 16 horas. Também é preciso ter atenção à pele para detectar alterações, como novas manchas, crescimentos ou mudanças em manchas existentes. E ainda evitar câmaras de bronzeamento, pois a exposição ao bronzeamento artificial aumenta o risco de desenvolver a doença”, recomenda Ana Paula.

Quanto ao tratamento, varia de acordo com o tipo e estágio do câncer, mas pode incluir cirurgia para remover as células cancerosas e radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia. Como aponta Ana Paula e os demais especialistas médicos, a identificação tardia da doença aumenta os riscos de mortalidade e o diagnóstico precoce é o melhor meio para um tratamento bem-sucedido. “O tratamento precoce geralmente tem melhores resultados. Por isso, é muito importante procurar assistência médica se notar qualquer alteração na pele. É crucial consultar um médico dermatologista regularmente, especialmente se houver histórico de câncer de pele na família ou se houver preocupações específicas sobre a pele”, conscientiza.

Referência estadual do SUS no tratamento oncológico, o HAC oferece um atendimento médico especializado a pacientes com câncer. Atualmente, a unidade hospitalar dispõe de um serviço de mastologia, cirurgia geral e especialidades como clínica médica, oncologia, serviço de urgência e um ambulatorial responsável pelas primeiras consultas. Em conjunto com outras unidades da rede Fhemig, o acompanhamento dos pacientes oncológicos conta com equipes multidisciplinares que garantem os cuidados necessários durante e após o tratamento.

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