Quando criança, eu tinha absoluta certeza de que o Bazar Tupi era a maior loja do mundo, onde havia tanta coisa de utilidade para gente grande, para crianças e ficava na cidade onde eu morava.
Era muito orgulho ir até lá com mamãe para comprar um zíper, botões, um ou “dois retróses” de linha, para consertar uma roupa.
Tinha tanta coisa bonita, tantos tecidos de cores variadas, uma régua amarela de medir os tecidos, bobinas de papel enorme.
Tempos atrás não haviam sacolinhas. Era tudo embalado e bem embalado em uma papel cinza, outras vezes rosa...
Havia também uma máquina utilizada para pregar botões de metal que fazia um barulho estranho da marca Perez ou Graziano, não me lembro, porém era verde, ou algo assim, porém o mais importante e marcante era o seu barulho que percorria o piso vermelho do Bazar Tupi e chegava até à Avenida Governador Valadares, que lá naqueles anos 80 e 90, começava a ganhar ares de cidade grande...
Arcos crescia e o comércio ia se fortalecendo...
À lembrança vem ainda as fotos de peixes de couro enormes das várias pescarias pantaneiras que o senhor Antônio do “Bazar” ia com amigos em excursões, acho que da Irmãos Cardoso.
Fotos essas que emolduravam o caixa do Bazar Tupi, ônibus e amigos sorridentes em pleno centro-oeste brasileiro, chamado Pantanal.
Talvez os peixes nem eram tão grandes como a mente da criança fantasiava, mais que faziam viajar até os rios pantaneiros fazia!
“Esse eu peguei com meu compadre! Pesou 26 kg e meio”, falava mansamente a voz por de trás do vidro.
Era o senhor Antônio do “Bazar” voltando o troco para minha mãe que havia ido comprar botões e narrando com exatidão a foto que eu observava. Era um peixe de couro enorme, talvez um pintado, peixe muito comum na bacia pantaneira e tão cobiçado por todos os pescadores, tamanho eram os exemplares naquela época, dependura em uma espécie de "girau" entre duas árvores.
Tamanho era aquele peixe que se destacava dos demais.
Senhor Antônio da Costa Borges ou Antônio do “Bazar”, homem de fé, infelizmente nos deixou no último dia 22 de Fevereiro, deixando uma grande lacuna e saudade nos familiares e amigos, porém fica aqui a lembrança de um dos antigos comerciantes de Arcos, que acreditaram na cidade e ajudaram a moldar o nosso comércio.
Aos familiares e amigos, nossos sinceros sentimentos!
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