Infelizmente, ainda o dinheiro é um tema que, em muitas famílias, é tratado com silêncio ou até mesmo como tabu, conversar sobre finanças gera constrangimento, vergonha ou parece inadequado. Isso é fruto de uma história vivida e que acaba resultando em pessoas que crescem sem uma compreensão sólida sobre como gerenciar o próprio dinheiro. Este silêncio perpetua um ciclo de desinformação que, não raro, contribui para a ansiedade financeira e a falta de segurança no futuro.

A verdade é que a relação com o dinheiro vai muito além dos números em uma conta bancária. Está profundamente conectada ao comportamento. A falta de educação financeira e a gestão inadequada dos recursos podem levar a problemas graves, como endividamento, crises de ansiedade, depressão e até a deterioração dos seus relacionamentos. Estudos, como o realizado pela Serasa em 2022, mostram que problema financeiro afeta drasticamente a saúde mental das pessoas. Dados indicam que:

83% dos endividados têm dificuldade para dormir devido às preocupações financeiras;

74% afirmam que a dívida impacta sua capacidade de concentração no trabalho e nas tarefas diárias;

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61% enfrentam crises de ansiedade ao pensar em suas dívidas;

53% relatam sentimentos de tristeza profunda e medo constante do futuro.

Essa é uma das razões pelas quais devemos falar sobre dinheiro com as novas gerações. O mundo atual está repleto de pressões financeiras, desde o consumismo desenfreado, amplamente incentivado pelas redes sociais e pela cultura digital, até a complexidade do crédito fácil. Jovens são expostos a uma mentalidade de consumo rápido e recompensas imediatas, muitas vezes sem compreenderem as consequências de suas ações financeiras.

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Portanto, a educação financeira é uma peça fundamental na construção de um futuro mais saudável para as novas gerações. Da mesma forma que ensinamos a importância da saúde física e mental, devemos introduzir a noção de saúde financeira. Isso começa em casa, com conversas abertas sobre planejamento financeiro, economia, investimentos e o uso consciente do crédito e precisa ser reforçado nas escolas.

Também é essencial que se entenda que o dinheiro, embora importante, não é um fim em si mesmo. Ele deve ser visto como uma ferramenta para realizar objetivos e proporcionar qualidade de vida, mas não como a única métrica de sucesso. Estimular nas novas gerações uma relação mais saudável e equilibrada com o dinheiro inclui ensinar sobre a importância de poupar, investir e viver de acordo com as possibilidades, sem se deixar levar por pressões externas ou comparações irreais com os outros.

Se conseguirmos romper o tabu e transformar o diálogo sobre finanças em algo natural, estaremos pavimentando o caminho para que as novas gerações vivam com mais equilíbrio, tanto financeiro quanto emocional. O resultado será uma sociedade menos endividada, mais segura e com um futuro mais próspero, onde o dinheiro é visto como uma ferramenta para a realização de sonhos e não uma fonte constante de estresse e sofrimento. É isso que eu realmente acredito e desejo...  

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