Infelizmente, o endividamento das pessoas vai muito além dos boletos acumulados na gaveta. Ele carrega um peso invisível que vem afetando a saúde mental, as relações pessoais e até o desempenho no trabalho, de forma muito significativa. Segundo uma pesquisa recente, seis em cada dez pessoas já sentiram impactos psicológicos por questões financeiras, mas a maioria evita falar sobre o assunto. Esse silêncio, muitas vezes movido pela vergonha ou pelo medo do julgamento, pode agravar sentimentos de ansiedade, solidão, desespero, e em casos mais graves a depressão e até síndrome do pânico.

Entretanto, quero que você saiba que o problema não está no dinheiro em si, mas na forma como ele afeta nossas relações e sentimentos. Crenças limitantes, traumas e sentimentos de escassez moldam nossos comportamentos financeiros e, muitas vezes, se transformam em hábitos prejudiciais. O consumo desenfreado, impulsionado por dores emocionais não resolvidas, pode gerar um ciclo vicioso de insatisfação e endividamento. Muitas pessoas buscam compensação emocional em compras, acreditando que bens materiais podem preencher vazios internos. A falta de educação financeira e o medo de encarar a realidade financeira alimentam ainda mais esse padrão destrutivo, dificultando mudanças positivas e saudáveis na relação com o dinheiro.

Ainda, no ambiente profissional, as dívidas afetam a produtividade e o foco. O receio constante de não conseguir pagar as contas gera estresse, reduz a capacidade de concentração e aumenta o risco de erros, fazendo com que as entregas sejam inferiores ao seu real potencial.

A solução para essa crise passa pelo planejamento financeiro e cuidado emocional. Não dá para fugir, sair correndo... o primeiro passo é olhar para sua realidade financeira e organizar as finanças de forma clara, listando dívidas, mapeando despesas e estabelecendo metas realistas. Isso evita o ciclo vicioso de acúmulo de dívidas e o consequente desgaste emocional. Além disso, buscar apoio profissional pode fazer toda a diferença.

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Vivemos uma triste realidade pela falta de educação financeira.  Muitos brasileiros gastam mais em apostas do que investem, refletindo um problema estrutural de falta de planejamento e impulsividade financeira. O equilíbrio entre razão e emoção é fundamental para evitar endividamento e preservar a saúde mental. Pequenos hábitos, como poupar uma porcentagem da renda e evitar compras impulsivas, são passos valiosos para uma relação mais saudável com o dinheiro.

Eu acredito também que as empresas podem desempenhar um papel positivo ao oferecer programas de bem-estar financeiro e emocional para seus colaboradores. A falta de suporte no ambiente de trabalho pode transformar dificuldades financeiras em uma espiral de esgotamento e baixa produtividade, onde todos saem perdendo.

Falar sobre dinheiro ainda é um tabu para muitos, mas abrir espaço para o diálogo e buscar soluções são passos essenciais para evitar que o endividamento se torne um fardo insustentável. A combinação de educação financeira, planejamento e apoio emocional pode ser o caminho para uma vida mais equilibrada e tranquila. Todos nós merecemos!

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